Pedro Soriano tornou-se um dos mais célebres criminosos portugueses depois de uma insólita noite, em Dezembro de 1881. Para poder desfrutar dos prazeres carnais com a jovem Maria Eugénia, montou todo o aparato próprio de um casamento religioso. A sua proeza foi tão condenada (cumpriu pena de prisão e degredo) quanto invejada pelos seus contemporâneos, junto dos quais corria o boato da sua enorme virilidade. Entre eles, contava-se Guerra Junqueiro, que dedicou a Soriano um longo poema de circulação clandestina. Anos mais tarde, Guerra Junqueiro procuraria recolher todos os exemplares de uma publicação que lhe manchava o bom nome. Neste volume, António Ventura recupera o inusitado poema "A Torre de Babel ou a Porra do Soriano" (1882), seguido de "O Casamento Simulado", publicação que em 1886 procurou defender a honra do galã em prejuízo da reputação da «noiva».,Eu canto do Soriano o singular mangalho!,Empresa colossal! Ciclópico trabalho!,Para o cantar inteiro e o cantar bem,precisava viver como Matusalém.,Dez séculos!,Enfim, nesta pobreza métrica,cantemos essa porra, porra quilométrica,,donde pendem os colhões de que dão ideia vaga,as Nádegas brutais do Arcebispo de Braga.