Para falar de D. Manuel Martins não servem palavras usuais, banais. D. Manuel Martins desassossega, interpela, desaloja hábitos, desafia convicções e práticas entranhadas. Com ele saímos de portos seguros rumo a águas turbulentas. Ele foi e é, no seu estilo inconfundível, aquela rajada de vento refrescante. Chamaram-lhe o bispo vermelho, coloração que, pretendiam, fosse anátema. Vós sois a luz do mundo, disse Jesus. D. Manuel soube ser essa luz, essa voz e essa esperança. Não quis ser rotineiro. Não quis ser previsível. Não quis ser amestrado. Não quis ser protocolar. Não quis ser prudente. Não quis ser asséptico. Não quis ser idolatrado. Não temeu os rótulos, mesmo os mais rebarbativos. Foi um apóstolo no seu tempo. É um apóstolo no seu tempo